Kapwani Kiwanga
Kiwanga aborda a realidade que cerca e atravessa a população negra em diáspora e tensiona a normatividade eurocêntrica, reelaborando os sistemas de poder com sua produção artística. Assim, esboça estratégias de saída e coreografias de fuga e de liberdade, convidando o público a observar como as simbologias operam nas estruturas de opressão existentes.
Em pink-blue [rosa-azul] (2017), a artista recria políticas de controle e de vigilância em que as luzes rosa e azul são utilizadas para influenciar o comportamento das pessoas. Pesquisas aplicadas nas celas de presídios demonstraram que o tom de rosa conhecido como Baker-Miller reduz a força muscular e diminui a frequência cardíaca e a respiração dos internos, enquanto as luzes azuladas, neon, utilizadas em banheiros públicos, dificultariam a identificação de veias e, assim, tenderiam a diminuir o uso de drogas intravenosas. A instalação também nos leva a outros campos de discussão, não somente em relação à arquitetura, mas também aos padrões normativos de gênero e sexualidade.