Educação
A natureza educacional das Bienais de São Paulo é uma das características que as singularizam dentre outras exposições internacionais de arte contemporânea. Existentes desde a 1ª edição da mostra, em 1951, as iniciativas de relacionamento com públicos diversos, especialmente com professores e estudantes das redes pública e privada de ensino, educadores, universidades e outros parceiros institucionais fazem parte de um trabalho contínuo da Fundação Bienal para que diferentes públicos tenham acesso aos conteúdos e experiências proporcionados pelas exposições. Desde 2009, a Fundação conta com uma equipe permanente de Educação, composta atualmente por 10 profissionais responsáveis pela concepção e implementação do projeto educativo de cada edição, além de outros projetos desenvolvidos nos intervalos entre as Bienais, como o programa Pavilhão Aberto e minicursos.








Atualmente, a equipe de Educação trabalha em duas frentes que denominamos difusão e mediação. Difusão e mediação são atividades integradas e complementares, que se diferenciam nos modos de endereçamento aos públicos e nas metodologias e recursos pedagógicos empregados.
- difusão é o trabalho desenvolvido fora do Pavilhão da Bienal e antes da abertura da mostra, quando a equipe vai ao encontro dos públicos em diferentes territórios (escolas, universidades, diretorias de ensino, sindicatos de professores, ONGs, centros comunitários, parceiros e apoiadores da Fundação, instituições culturais de São Paulo e outras cidades) para realizar palestras, rodas de conversa, encontros, laboratórios, cursos.
- mediação é o trabalho que acontece na exposição, na presença das obras, em visitas mediadas por uma equipe ampliada de profissionais e estagiários. Assumindo as experiências, contextos e realidades sócio-culturais diversas dos públicos que visitam a mostra como base, a equipe de mediação busca construir um diálogo crítico sobre as obras, artistas e debates contemporâneos presentes na exposição.
Os projetos desenvolvidos pela equipe são concebidos e executados de forma colaborativa e são constantemente alimentados por um processo de pesquisa e autocrítica, a partir de estudos de formação de repertório comum, do estudo das avaliações das ações pelos públicos e dos relatórios produzidos pela equipe.
Publicação educativa
Principal ferramenta de trabalho da equipe, é sempre a primeira publicação editada a cada nova Bienal. Com tiragem de 10.000 exemplares, a publicação orienta o programa de ações de difusão realizadas antes da exposição, sendo distribuída gratuitamente aos participantes das ações e aos professores e educadores que participam das visitas mediadas nas edições das Bienais e em suas itinerâncias.
Itinerâncias
A equipe de educação também oferece um curso de preparação para as equipes que trabalham nas mostras itinerantes de cada Bienal. O curso é composto por uma série de encontros síncronos (online) e encontros presenciais, além do compartilhamento de materiais de pesquisa e bibliografia, por meio de uma plataforma digital. Após o curso de preparação, a equipe realiza encontros de acompanhamento com os educadores das instituições parceiras. Durante as viagens para os encontros presenciais da formação, a equipe também realiza ações de difusão (palestras, laboratórios para grupos de professores, entre outros formatos).
Pavilhão Aberto
Com duas edições (2019-20 e 2022), o programa Pavilhão Aberto oferece visitas ao edifício inteiramente vazio, proporcionando uma experiência direta com o ícone da arquitetura moderna brasileira e símbolo da Bienal de São Paulo. Além disso, o programa recebe palestrantes convidados de diversas áreas (artistas, arquitetos e ativistas sociais) com diferentes olhares sobre o edifício e suas possibilidades como espaço expositivo para a arte contemporânea.
Minicursos
Os minicursos são encontros organizados pela equipe de educação da Fundação Bienal, baseados em pesquisas da história das Bienais, com o apoio de documentos do Arquivo Histórico Wanda Svevo. O contato com diferentes públicos, nos períodos que antecedem e sucedem as Bienais de São Paulo, tem como objetivo a efetivação de sua missão de debater a arte contemporânea para além das mostras. Modernismos africanos e afro-diaspóricos na Bienal de São Paulo e Cruzando os campos: diálogos entre arte contemporânea e futebol são algumas das ações realizadas recentemente.
Intitulado aqui, numa coreografia de retornos, dançar é inscrever no tempo, o primeiro movimento da publicação educativa da 35ª Bienal conta com contribuições de Leda Maria Martins, Françoise Vergès, Sandra Benites, Anderson Feliciano e Thiago Vinicius de Paula da Silva – Agência Solano Trindade, bem como das artistas participantes desta edição, Inaicyra Falcão, Pauline Boudry e Renate Lorenz, e Torkwase Dyson.
O título do primeiro volume da publicação educativa da 35ª Bienal de São Paulo – aqui, numa coreografia de retornos, dançar é inscrever no tempo – é uma frase de autoria de Leda Maria Martins.