35ª Bienal de São Paulo
6 set a 10 dez 2023
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São Paulo
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Malu Avelar, Sauna lésbica, 2019
Vista do Festival Valongo (2019)
Foto: Marina Lima

Sauna lésbica

imagine se existisse uma sauna lésbica

Em 2019, durante a residência PlusAfroT, em Munique, Alemanha, Avelar divide inquietações e um intenso esgarçar de textos com outras artistas, germinando assim o desejo por um espaço de trocas.

Nesse mesmo ano, no Valongo Festival Internacional da Imagem, em Santos (SP), Avelar propõe a primeira edição da instalação Sauna lésbica, como movimento coletivo para a celebração de afetividades de pretas, lésbicas e sapatões. Um espaço prazeroso, seguro e provocativo para experienciar a política, o espiritual e o profano, para amar e acolher. Com base em conversas, oficinas e festas, a obra é coreografada por pessoas que a ocupam, em uma impermanência proposital. Na 35ª Bienal, o projeto inicia seu coro a partir das vozes de mais quatro artistas, engendrando a potência do erótico como linguagem de resistência. 

Um cuíerlombo,1 Sauna lésbica se realiza no encontro com e entre todas as im/possibilidades de ser. Construção coletiva que, no limite das brechas, transborda urgências de cuidado e de cura com base em processos imaginativos de feitura do mundo.

 

Sobre a artista

Malu Avelar é artista interdisciplinar e pesquisadora. Desde a infância, tem a trajetória marcada pela dança. Após uma formação inicial em danças hegemônicas na cidade de Belo Horizonte (MG), vai para São Paulo (SP), onde integra diferentes coletivos. Sua produção é atravessada pelo corpo em trânsito e por processos políticos do Brasil. Transmitindo espiritualidades, conflitos e imaginações, Avelar rompe com discursos socialmente cristalizados.

    • Tatiana Nascimento articula o quilombismo de Beatriz Nascimento (1942-1995) e Abdias Nascimento (1914-2011) em seu artigo “Da palavra queerlombo ao cuíerlombo da palavra” (2018). Trata-se de um processo de construção por meio e com base na palavra “quilombismo”, fazer mítico no qual nos reinventamos, não só apesar do silenciamento colonial, mas contra ele. Diz respeito a reorganizar a história “a partir de nossas próprias narrativas ancestrais, desenterradas da memória que as histórias mal-contadas guardam, florescidas na pungência que nossos corpos e desejos brotam de Erzulie Dantor a Vera Verão – reorganizar nossa própria história, nossa própria narrativa, nossa própria subjetividade”. “da palavra queerlombo ao cuíerlombo da palavra”, Palavra preta!, 12 mar. 2018, p. 4.