35ª Bienal de São Paulo
6 set a 10 dez 2023
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São Paulo
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2023
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Vista de obra de Rubem Valentim durante a 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

Rubem Valentim

O artista Rubem Valentim (1922- 1991) combinava elementos do modernismo e da abstração geométrica com as culturas africanas e afro-brasileiras, e com várias correntes filosóficas e místicas orientais, sempre em busca de uma consciência da terra, do povo. 

Em um trabalho vigoroso por constituir uma linguagem universal, Valentim incorporava símbolos e motivos inspirados em rituais religiosos, oriundos da cosmogonia do candomblé, abrindo caminho para uma geometria numinosa e abstrata que impregnava suas pinturas, relevos e esculturas. 

Por meio de círculos, triângulos, trapézios, retângulos e cores do panteão dos orixás, o artista criou a cada obra uma nova rítmica. Rigoroso e inventivo, o artista alcançou o equilíbrio entre forma e cor, que pode ser observado na monumentalidade do conjunto de esculturas e relevos que compõem a obra Templo de Oxalá, exibida parcialmente e pela primeira vez em 1977 na 14ª Bienal de São Paulo. 

Um dos textos fundamentais para a historiografia da arte, foi com o emblemático “Manifesto ainda que tardio” (1976), em que Valentim declarou seu propósito político e conceitual, e lançou as bases de sua contribuição estética radical para a tradição artística brasileira e internacional. Desse modo, a presença integral do Templo de Oxalá na 35ª Bienal de São Paulo, sem dúvida, concretiza o pensamento e o legado do artista. O templo é a celebração e a manifestação de uma poética visual brasileira, que estabelece a riscadura brasileira, uma identidade mobilizadora de insígnias geométricas e elementos simbólicos para expressar suas conexões entre o físico e o metafísico. O templo é um ato que cinde o tempo, é como flecha que nunca tarda. 

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Rubem Valentim (Salvador, BA, Brasil, 1922 – São Paulo, Brasil, 1991) foi escultor, pintor, gravador e professor. As composições geométricas que criava exploram a variedade da cultura nacional e dão forma a símbolos e emblemas afro-brasileiros. Suas obras já foram expostas em grandes mostras e instituições, como o Museu de Arte Moderna da Bahia e a 14ª Bienal de São Paulo (Brasil). Sua obra faz parte de importantes acervos, como o do Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro), do Museu de Arte de Brasília, e o da Pinacoteca do Estado de São Paulo.