35ª Bienal de São Paulo
6 set a 10 dez 2023
Entrada gratuita
A+
A-
35ª Bienal de
São Paulo
6 set a 10 dez
2023
Menu
Vista de obra de Colectivo Ayllu durante a 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

Colectivo Ayllu

O Colectivo Ayllu cuja prática se engaja em modos coletivos de criação e de crítica, e na produção de epistemes alternativas aos modos coloniais do pensamento, propõe uma investigação colaborativa em torno do amor. Na 35a Bienal, por meio de painéis criados e manufaturados coletivamente por artistas integrantes do coletivo – composto por Alex Aguirre Sanchez, Leticia/ Kimy Rojas Miranda, Francisco Godoy Vega, Lucrecia Masson Córdoba e Iki Yos Piña Narváez Funes – e colaboradoras selecionadas em chamada aberta, realizam a escrita de cartas para ancestrais passadas ou futuras. Para isso, utilizam materiais diversos e tecidos trazidos pelas participantes, em uma escritura que proporciona a transmissão de um saber/sentir que ocorre entre o físico e o metafísico. Para além dos debates políticos, antropocentrados e individualizantes sobre o amor, costuram um portal de fuga do cotidiano, saturado pela codificação capitalística das relações e pela brutalidade das coreopolíticas civilizatórias. 

Se a ferida colonial que perpassa e constitui os sistemas geopolíticos correntes se alarga e se aprofunda por meio das relações interpessoais, fazendo da intimidade mais uma via de acesso à violência que uma ferramenta de fortalecimento comunitário, é a prática coletiva que possibilita o exercício de um amor não conciliatório. Ao contrário da função estética que gera sujeitos apreciadores de objetos, desimplicados em sua transparência, neste trabalho é o próprio fazer que constitui o modo de operação do que se apresenta como obra e o tipo pensamento que se faz possível por meio dessa obra. Assim, artistas e colaboradoras evocam modos de existência que precedem o corpo subjetificado (e racializado, e genereficado), mirando na retomada de uma sensibilidade que não distingue corpo e entorno, um modo de estar e de sentir que se encontra, ao mesmo tempo, antes e depois da invenção/roubo do corpo pelas tecnologias coloniais. 

miro spinelli

Colectivo Ayllu é um grupo de pesquisa colaborativa e ação artístico-política formado por migrantes, pessoas racializadas, dissidentes queer e/ou de gênero de ex-colônias espanholas que propõe uma crítica à supremacia branca e à ideologia heteronormativa colonial europeia. É composto por Alex Aguirre Sanchez, Leticia/Kimy Rojas Miranda, Francisco Godoy Vega, Lucrecia Masson Córdoba e Iki Yos Piña Narváez Funes.

Esta participação é apoiada por Acción Cultural Española (AC/E) e Embaixada da Espanha no Brasil.