35th Bienal de São Paulo
6 Set to 10 Dec 2023
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35th Bienal de
São Paulo
6 Set to 10 Dec
2023
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Coreografar possibilidades com a educação infantil

A partir do convite da coordenadora pedagógica Adriana Watanabe, firmamos uma parceria com a EMEI Heitor Villa Lobos, dentro do contexto da 35ª Bienal – coreografias do impossível.  Foram desenvolvidos encontros de formação para as professoras, uma vivência poética com uma turma de crianças de quatro a seis anos e uma agenda de visitas mediadas na exposição.

No primeiro momento, realizamos dois encontros presenciais com as professoras. Abordamos os conteúdos presentes no primeiro e segundo movimentos da publicação educativa da 35ª Bienal. Percorremos os textos elaborados por Anderson Feliciano, Geni Núñez, a conversa entre Rosana Paulino e Sueli Carneiro e praticamos o gesto: coreografar a palavra.

No segundo momento, o encontro foi com a turma de crianças. Tivemos a oportunidade de cruzar propostas pedagógicas elaboradas pela cantora lírica, educadora e pesquisadora Inaicyra Falcão e textos do escritor, performer e curador Anderson Feliciano, ambos conteúdos presentes no primeiro movimento da publicação educativa da 35ª Bienal.

“Viemos de uma caixa de concreto e vidro,
trouxemos histórias e cantigas para contar e cantar”

Inspirados pelas tramas criativas de corpo e ancestralidade de Falcão e uma paisagem habitada pelas infâncias do corpo de Feliciano, iniciamos o encontro em roda, sentados no chão da sala de aula e nos apresentamos, com a proposta de convidar ao espaço da palavra para dizerem seus nomes, com o passar do objeto facilitador musical, o “chocalho ovinho”.

“Era Uma vez um passarinho pequenininho
O tal do passarinho pequenininho se chamava Tempo”

Completada as apresentações, seguimos para uma contação de história. Narramos o  Ato III: antes,1 da série Uma paisagem habitada pelas infâncias do corpo de Feliciano. Um ato que relaciona o voar de um pássaro com o “Tempo”. Uma obra inspirada nas materialidades da Professora Dra. Leda Maria Martins.

Após a contação de história, as crianças foram convidadas a se movimentarem individualmente e coletivamente pelo espaço, simulando, criando e imaginando os movimentos de um passarinho. Experimentamos diferentes tempos (velocidades), níveis espaciais (no alto, médio e baixo) e criamos gestos ao som do repenicado do pandeiro, acompanhada do coro dos versos abaixo:

“Menina*, quando tu fores
Me escreva pelo caminho
Se não achares papel
Nas asas do passarinho”

Dada as experimentações do Tempo, partimos para brincadeira de roda. Apresentamos os versos da cantiga de roda Quando tu fores (domínio público) indicada por Inaicyra Falcão no primeiro movimento da publicação educativa. Ao substituir a palavra ‘menina’ dos versos cantados, por um nome de uma criança, a mesma entrava na roda para improvisar e propor gestos que remetiam a um voo de passarinho. Finalizamos o encontro com uma atmosfera de festa e convidamos a turma para visitar a exposição que estava prestes a abrir: a 35ª Bienal – coreografias do impossível.

No terceiro momento, todas as crianças da EMEI Heitor Villa Lobo, visitaram a exposição, no Pavilhão da Bienal. As visitas ocorreram em cinco dias e horários diferentes. Nestas ocasiões, cada turma foi atendida por uma educadora da equipe de mediação temporária, completando assim a parceria com a escola, no ano de 2023.

    • Trecho do ato Ato III: antes, da série uma paisagem habitada pelas infâncias do corpo de Anderson Feliciano. In primeiro movimento da publicação educativa, 2023.