35ª Bienal de São Paulo
6 set a 10 dez 2023
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São Paulo
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2023
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Faixa 5

Torkwase Dyson

Oi, eu sou Isa Silva, estilista baiana, empresária, influenciadora no segmento da moda, consultora e palestrante. Sou conhecida por desenvolver uma moda inclusiva, com roupas sem gênero, inspirada na visão e vivência afro e indígena. Vou seguir com você nas próximas quatro faixas deste audioguia. 

Você já se perguntou como nossos corpos se comportam em diferentes espaços?

Para a 35ª Bienal, Torkwase Dyson apresenta uma instalação inédita, comissionada para a mostra, que investiga essa questão. Dyson é uma mulher negra nascida em 1973, em Chicago, Estados Unidos, e considera as relações espaciais uma questão urgente, tanto no contexto atual quanto historicamente, devido à instrumentalização violenta da arquitetura pelo colonialismo. Ela pensa sobre as maneiras pelas quais corpos negros e pardos agenciam os espaços naturais e construídos, bem como suas estratégias de auto-emancipação e libertação espacial. Assim, Dyson busca criar geografias mais habitáveis ou, como ela mesma descreve, busca “fazer formas que celebrem as possibilidades”.

A obra de Torkwase Dyson é formada por três estruturas pretas, que parecem monumentos triangulares. Mas, ao invés da parte superior ser pontiaguda, tem uma forma arredondada. Todas possuem as mesmas dimensões: aproximadamente três metros e meio de altura, um metro e meio de profundidade e dois metros e vinte centímetros de largura. Cada uma das estruturas é composta por duas partes iguais, como se o triângulo tivesse sido cortado ao meio. Sobre essas duas metades há uma chapa de metal que as envolve desde a base e faz um arco na parte superior. Isso faz que haja um vão entre as duas metades por onde é possível passar uma pessoa. As três estruturas estão dispostas uma atrás da outra, como em uma fila indiana, com um espaço de aproximadamente sete metros entre cada uma delas.   

Para a criação dessa instalação, Dyson realizou sua pesquisa numa ruína chamada Casa da Torre de Garcia d’Ávila, localizada no município de Mata de São João, na Bahia. Historicamente, foi propriedade de Garcia d’Ávila, homem conhecido por ter perpetrado um regime atroz de escravidão indígena e das populações negras entre os séculos 16 e 18. Nas fotos atuais, as ruínas dessa Casa têm paredes feitas de pedras enegrecidas e entradas em formatos de arco.