35ª Bienal de São Paulo
6 set a 10 dez 2023
Entrada gratuita
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São Paulo
6 set a 10 dez
2023
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Faixa 14

Niño de Elche

Chegamos ao Auto sacramental invisível: Uma representação sonora baseada em Val del Omar. Esta obra de Niño de Elche é uma instalação imersiva de luz e som. Como o próprio título menciona, trata-se de um auto sacramental, ou seja, de uma obra teatral de cunho alegórico da Idade Média, que tem como base questões morais e teológicas. E quem seria Val del Omar? Era um cineasta espanhol que tinha um conceito integrador de cinema, onde o sujeito poderia se mover para além dos limites da tela. 

O Auto sacramental invisível é um espaço envolto por uma cortina decorativa preta, com ornamentos cinzas. O piso é de madeira, como os dos antigos palcos de teatro. A sala é retangular, com os cantos arredondados e há apenas um acesso para entrada do público. Em um dos cantos há duas fileiras com quatro poltronas cada, com se fossem uma pequena plateia diante do espaço vazio.

Sobre esse espaço vazio, suspenso a quase 4 metros do chão, está uma instalação formada a partir de uma estrutura de barras de metal interligadas. Dessa estrutura pendem 15 lâmpadas brancas arredondadas de diferentes alturas. Na parte inferior de cada uma das lâmpadas há um alto falante acoplado. Esses alto falantes executam em looping 17 faixas sonoras diferentes.  A cada uma das faixas de som, a composição da iluminação da sala se altera.

Segundo José Antonio Sánchez, no texto redigido para o catálogo da Bienal, “a coletividade teatral desaparece do palco, mas se manifesta na multidão de vozes que compõem o palimpsesto do roteiro e na multidão de olhos e mãos que intervieram ao longo dos anos para tornar essa instalação possível. O teatral também é realizado no convite ao espectador para participar dessa outra coreografia não espetacular: aquela composta com os movimentos na escuta ativa de um som espaçado, sempre fugaz, como as lâmpadas e as imagens que contribuem para a invisibilidade.”