35th Bienal de São Paulo
6 Set to 10 Dec 2023
Free Admission
A+
A-
35th Bienal de
São Paulo
6 Set to 10 Dec
2023
Menu

Relato de encontro on-line com a publicação educativa

A palavra detém o poder de fazer acontecer aquilo que libera em sua vibração.
Leda Maria Martins, em Performances do tempo espiralar, poéticas do corpo-tela (2022), p. 93. 

 

Nos dias 10, 17 e 24 de junho a equipe de educação da Fundação Bienal se encontrou online com o público, professoras, pesquisadoras, artistas e curiosas de todas as regiões do país. Nos encontros contamos com pessoas de Minas, Rio, Recife, Bahia, Florianópolis, Curitiba, participantes que já utilizaram publicações educativas de Bienais anteriores, que compuseram várias equipes de mediação aqui nas exposições e muitas que se somaram à roda agora, e coreografamos os conteúdos do Movimento 1 da publicação educativa da 35ª Bienal. 

Começamos com o pensamento de Leda Maria Martins, nossa querida Rainha do Congado de Nossa Senhora das Mercês, do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá. Assim, compartilhamos saberes grafados nos corpos, nas palavras que habitam o corpo de Anderson Feliciano, um dos colaboradores da edição, compartilhando conosco as paisagens de sua infância. E também conhecemos o trabalho de uma das artistas da 35ª Bienal, Torkwase Dyson. A partir de pesquisas em torno das consequências da arquitetura e do racismo ambiental, ela desenha abstratamente como os corpos negros e racializados são percebidos ou não nesses ambientes. 

No segundo encontro, trouxemos o trabalho da artista, designer e responsável pela identidade visual da 35ª Bienal, Nontsikelelo Mutiti. Apresentamos como os movimentos e as grafias desenvolvidas a partir do desenho das tranças mobilizam sua produção. Em seguida falamos sobre o ensino das línguas indígenas guarani nhandewa e mbya a partir do que Sandra Benites compartilha em seu texto sobre o ensino, a vivência e a construção dessas línguas vivas. Para fechar o encontro retomamos o trabalho de Denilson Baniwa, artista que também estará presente na atual edição da mostra. 

O terceiro e último encontro foi o mais dançante, começamos ouvindo “It’s lover, love”, de Aérea Negrot & Philip Bader, como forma de aproximação do trabalho de Pauline Boudry e Renate Lorenz, que nos lembra das pistas de dança enquanto mecanismos de resistência. Ainda refletindo sobre um corpo dançante, trouxemos em texto uma parte da vasta experiência de Inaicyra Falcão, criadora de uma proposta pluricultural de dança-arte-educação. E fechamos o encontro com os bandeirões do coletivo Frente 3 de Fevereiro, que nos instigam a refletir os lugares ocupados pelos corpos negros na sociedade, além de conhecer um pouco de uma de suas membras e fundadoras, Maurinete Lima, que será homenageada no trabalho do coletivo na exposição. 

Fomos instigadas pelas participantes a contar como fomos afetadas enquanto equipe de educação da Fundação Bienal pelas coreografias do impossível. Cada encontro transformou-se em uma encantadora encruzilhada de pessoas, corpos, vozes e saberes que compuseram e enriqueceram com as suas impressões o primeiro Movimento. Utilizamos como ferramenta de mediação uma série de músicas que atravessam o trabalho dos artistas, que podem ser acessadas em nossa plataforma Movimentos.