La Paz, Bolívia













O programa de mostras itinerantes da Fundação Bienal de São Paulo chega, pela primeira vez, à cidade de La Paz, na Bolívia, com um recorte da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível. Por meio de uma parceria com o Governo do Estado Plurinacional da Bolívia e a Fundación Cultural del Banco Central de Bolivia, com apoio do Instituto Guimarães Rosa – MRE, o Museo Nacional de Arte (MNA) será ocupado de 16 de agosto a 20 de outubro por uma seleção de nove participantes da última edição da mostra – realizada entre 6 setembro a 10 dezembro de 2023 – que, agora, compõem a itinerância que já passou por dez cidades do Brasil e do mundo.
Com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, o destaque dessa itinerância é o conterrâneo Melchor María Mercado (Sucre, Bolívia, 1816-1871), que atuou como artista, educador e, principalmente, como explorador. Conhecido por seu interesse pelas ciências naturais, retratou as paisagens visuais da Bolívia de maneira plural e sensível. Os anos de pesquisa de campo resultaram no trabalho intitulado Álbum de paisajes, tipos humanos y costumbres de Bolivia [Álbum de paisagens, tipos humanos e costumes de Bolívia], que integra a seleção de obras que participam da mostra em La Paz.
Autodidata, a obra de Melchor María Mercado possui um grande significado patrimonial e documental para seu país. Por esta razão e no contexto da 35ª Bienal de São Paulo, a Fundação Bienal precisou realizar uma negociação de quase um ano com o governo boliviano, sob intermédio do Instituto Guimarães Rosa, responsável pela diplomacia cultural do Brasil e ligado ao Ministério das Relações Exteriores. Por não possuir um instrumento jurídico para fazer empréstimos de bens históricos para instituições internacionais, criou-se um arcabouço legal para a concessão acontecer. Por sua importância histórica e a fim de registrar e divulgar o acontecimento, a Fundação Bienal produziu um vídeo com depoimentos de todas as partes envolvidas e cobertura do processo de transporte e instalação. Assista aqui.
Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal, enfatiza a relevância da itinerância em La Paz e celebra a chegada da 35ª Bienal de São Paulo à Bolívia: “É muito significativo abrirmos essa exposição na Bolívia, especialmente por termos nos aproximado da cultura boliviana e da Fundación Cultural del Banco Central de Bolivia por meio da obra de Melchor María Mercado ao longo do último ano. Mais do que estabelecer o intercâmbio entre instituições culturais, a iniciativa fortalece a relação bilateral entre países vizinhos e contribui para a internacionalização da arte brasileira.”
Ações com a equipe de educação da Fundação Bienal de São Paulo
Durante as itinerâncias, a Fundação Bienal de São Paulo, em conjunto com as instituições parceiras, realiza duas frentes de trabalho educativo que se complementam. São elas as ações de formação com as equipes de mediadores e educadores da cidade, e ações de difusão para o público interessado geral.
No dia 14, quarta-feira, a equipe de educação apresenta projetos desenvolvidos no contexto da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível, como as publicações educativas, visitas mediadas, cursos e outras ações de difusão das Bienais, de sua história e do edifício histórico que ocupa. O propósito da conversa é compartilhar experiências de educação em arte contemporânea, considerando os públicos diversos e contextos em que elas acontecem, e criar uma interlocução com profissionais da educação atuantes em La Paz.
A equipe de educação da Bienal propõe conversas sobre e com os três movimentos da publicação educativa da 35ª Bienal. A publicação educativa das coreografias do impossível foi dividida em três movimentos diferentes – ou volumes – com conteúdos voltados para as ações de mediação e difusão. O terceiro movimento, preparado especialmente para o programa de mostras itinerantes, foi produzido com base nas práticas realizadas ao longo da exposição no Pavilhão e é distribuído de forma gratuita para os participantes da ação. O encontro é atravessado pelo pensamento da poeta, dramaturga e professora Leda Maria Martins, da artista Rosana Paulino, da curadora e pesquisadora Sandra Benites e de Regina Aparecida Pereira e Cíntia Aparecida Delgado, lideranças do Quilombo Cafundó. O encontro com a publicação educativa acontece no dia 16, sexta-feira, das 10h às 12h, no Museo Nacional de Arte.
No mesmo dia, 16, durante a abertura da exposição, a equipe de educação da Bienal conduzirá visitas mediadas presenciais, com duração de duas horas. Essa visita convida o público a um percurso pela mostra itinerante. Essas iniciativas visam criar um ambiente de aprendizado colaborativo e dinâmico, proporcionando experiências enriquecedoras para professores, educadores, mediadores e interessados em arte. Com um foco na interação com o público e na disseminação da arte contemporânea, o programa busca fortalecer os laços entre instituições culturais e contribuir para uma sociedade mais inclusiva.
Serviço
35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível
Itinerância Museo Nacional de Arte – La Paz, Bolívia
curadoria: Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel
abertura: 16, sex, 18h30 – 21h30
visitação: 16 ago – 20 out 2024
seg – sex, 9h – 19h
sáb, 9h – 17h
dom, 9h – 13h
Calles Comercio y Socabaya, 485 – Plaza Murillo
La Paz, Bolívia
entrada gratuita
Práticas educativas de arte contemporânea: a experiência da Bienal de São Paulo
14 ago 2024
qua, 19h
Encontro com a publicação educativa da 35ª Bienal
16 ago 2024
sex, 10h
Visita com equipe de educação da Bienal
16 ago 2024
sex, 18h30 (abertura da exposição)
Para mais informações sobre as visitas do programa educativo: educacao@bienal.org.br

