35th Bienal de São Paulo
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Moving Backwards, (No) Time e Les Gayrillères

Obras como Moving Backwards [Mover-se para trás] (2019) e (No) Time [(Não) tempo] (2020) propõem uma experiência imprevisível de tempo, gerando dúvidas sobre o que o começo e o fim do vídeo, a entrada e a saída do enquadramento, ou mesmo se as pessoas estão caminhando para a frente ou para trás. As definições de progresso e retrocesso são desestabilizadas pelas mudanças de ritmos e pausas, desordenando concepções lineares e unidirecionais de tempo.

Na videoinstalação Les Gayrillères [As gayrrilheiras] (2022), performers controlam sua luminosidade com lâmpadas coloridas nas roupas e em várias partes do corpo. Inspirados por As guerrilheiras, romance de Monique Wittig publicado em 1969, os movimentos dessa guerrilha contemporânea poderiam aparecer em clubes noturnos, manifestações de rua e subsolos de museus. Os corpos sabem de seu direito à opacidade, decidindo quando estar em cena ou não.

Frente à tela, também somos convidadas a nos reunir nesta pista de dança e improvisar o estar junto. Como uma recusa a políticas de exclusão e discursos de ódio dirigidos a corpos dissidentes, coreografar arranjos possíveis por meio do prazer e da liberdade.

Pauline Boudry e Renate Lorenz trabalham em Berlim desde 2007, criando instalações audiovisuais que se inspiram na cultura queer1 e na pista de dança como espaço de experimentação de diferentes temporalidades e desejos. Em seus vídeos, coreógrafas e performers de várias formações dançam enquanto inventam modos de se relacionar e exploram práticas de resistência.

 

Ouça a música da obra (No) Time:
“It’s Lover, Love” (Philip Bader Remix)
Artistas: Aérea Negrot & Philip Bader
Disponível em: https://link.bienal.org.br/itslover

 

 

 

 

 

 

 

 

    • A palavra queer – que na língua inglesa originalmente significa, de modo pejorativo, estranho, esquisito, peculiar – tem sido adotada nas últimas décadas para abordar questões que, no Brasil, também aparecem circunscritas pelos termos dissidência sexual e diversidade de gênero, principalmente em contextos ligados ao pensamento e aos direitos lgbtqia+. A expressão está em disputa e questionamento por parte de vários agentes que dela se utilizam ou a rejeitam. Um exemplo é o uso do termo “cuir”, derivação latino-americana, que enfatiza questões raciais e de classe em contextos históricos para além da Europa e dos Estados Unidos.