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Quilombo Cafundó

Sorry, this entry is only available in Brazilian Portuguese.

https://youtu.be/Ep2gyTaYbBA

 

A Comunidade Quilombola do Cafundó está localizada na área rural de Salto de Pirapora, a doze quilômetros do centro de Sorocaba, no estado de São Paulo. Oficialmente, o Quilombo Cafundó existe desde pelo menos 1888, quando o casal Joaquim Congo e Ricarda Congo receberam a alforria e herdaram as terras da pessoa que era, até então, o senhor deles. 

Na década de 1970, um homem chamado Seu Otávio Caetano teve grande importância na luta deste e de outros quilombos vizinhos, que eram vítimas de uma onda de violência e extinção. Particularmente, os esforços de seu Otávio de falar sobre o Quilombo e a língua cupópia, que combina a estrutura do português com palavras de origem africana, ganharam notoriedade. Isso culminou em visitas de antropólogos e linguistas à comunidade, o que garantiu alguma proteção aos moradores do Cafundó. 

Em 20 de novembro de 2009, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou o reconhecimento do Quilombo Cafundó como área de interesse social. Atualmente, o Quilombo ainda é habitado pelos descendentes daqueles que o iniciaram. 

Esta exposição conta com 71 fotos e um vídeo, exposto num monitor de tubo, que fazem parte da história do Cafundó.

Um primeiro conjunto são fotos, coloridas e em preto e branco, de lugares e pessoas do Quilombo. As casas de pau-a-pique aparecem em diversas fotografias, elas são simples e feitas nesse tipo de construção onde madeiras finas entrelaçadas recebem o barro que vai preenchendo e conferindo solidez às paredes. Várias cenas são retratadas diante dessas casas: festividades onde os moradores, na maioria negros, tocam violão, sanfona e instrumentos de percussão. Muitos dos homens são retratados de chapéu e algumas mulheres usam lenços na cabeça. 

Pelas fotografias, percebemos a região rural onde fica o Quilombo, em uma planície com uma vegetação esparsa e alguns montes ao redor. Algumas raras casas são de alvenaria e aparecem apenas nas fotografias coloridas. Algumas fotos mostram o interior das casas, onde as mulheres realizam tarefas domésticas como cozinhar ou varrer o chão.

O que as fotos revelam é uma população que desenvolveu suas próprias estratégias para manter seu estilo de vida, sua língua e cultura vivas apesar do avanço urbano, dito civilizatório, sobre a terra.