35th Bienal de São Paulo
6 Set to 10 Dec 2023
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São Paulo
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Citra Sasmita

Sorry, this entry is only available in Brazilian Portuguese.

https://youtu.be/TVrZRrlPpY8

 

A artista balinesa Citra Sasmita nasceu em 1990, em Tabanan, que fica na ilha de Bali, na Indonésia. 

A instalação apresentada aqui é um desdobramento da pesquisa que Citra Sasmita desenvolve desde 2019 e que se chama Timur Merah ou “Leste vermelho”, em português.

Para a 35ª Bienal, a artista criou a nona edição do trabalho, com novas peças, traços, cores, figuras e formas. 

O trabalho de Citra Sasmita tem o estilo de uma pintura secular que se chama Kamasan. Produzida em tecido, a pintura Kamasan traz muitos elementos, figuras e personagens que habitualmente representam episódios de narrativas, contam uma história. Esse estilo também era usado para representar calendários e, principalmente, feitos heróicos dos homens como guerras e outros atos de bravura.

A obra, produzida com tinta acrílica sobre tecido tradicional, reconhece a beleza das tradições, mas também faz uma crítica ao patriarcado e ao colonialismo na cultura do país da artista. 

Em Projeto Timur Merah IX: Além do reino dos sentidos (Oráculo e demônios), temos dois tecidos que estão dispostos em formato circular pendendo do teto, um com 2 metros e o outro com 2 metros e 50 de diâmetro e ambos com aproximadamente 80 centímetros de altura. Os tecidos circulares tem uma pequena abertura, como uma porta, que convida o visitante a entrar e observar as imagens que estão voltadas para dentro dos círculos. 

Citra Sasmita dá um novo sentido às imagens, colocando novas personagens como protagonistas. São mulheres indonésias com cabelos negros que entrelaçam suas existências, que se misturam com elementos da natureza. Tem também muito sangue e muito fogo que jorram. E isso tudo expressa as dores, as opressões e as violências que afetam as mulheres até hoje. No entanto, as mesmas mulheres que têm suas cabeças cortadas produzem vida. De seus ventres nascem árvores, e seus galhos se abrem em folhas verdes que crescem em direção ao céu. São mulheres-deusas, musas que não estão sozinhas. É um rio formado por mulheres que, juntas, vivenciam experiências de dor e de prazer. As mulheres são deusas das águas e do fogo. Com suas protagonistas, criaturas meio humanas, meio feras, meio árvores, Sasmita conta através da arte novas histórias de mulheres, agora poderosas.