35ª Bienal de São Paulo
6 set a 10 dez 2023
Entrada gratuita
A+
A-
35ª Bienal de
São Paulo
6 set a 10 dez
2023
Menu

Bienal na Escola – Águas confluentes em Belém

O programa Bienal na Escola consiste em uma série de ações, desenvolvidas metodologicamente a partir de oficinas, laboratórios de investigação, educação patrimonial e arte contemporânea. A equipe de educação da Bienal visita escolas da rede pública de ensino para a realização de práticas e conversas na intersecção entre arte contemporânea e educação. Posteriormente, esses grupos são recebidos na Bienal.

Ao longo das itinerâncias da 35ª Bienal – coreografias do impossível, o projeto se desdobra. Nomeado Bienal na Escola – Águas confluentes, as discussões a partir da 35ª Bienal e dos recortes das mostras itinerantes se deslocam para diferentes territórios e construções coletivas. Assim como em São Paulo, após as confluências com a Equipe de Educação da Bienal, os grupos são recebidos na exposição realizada nas instituições parceiras. 

Em Belém, embarcamos em quatro escolas: EMEC Milton Monte (Ilha Grande), Unidade Pedagógica da Faveira, UPS (Ilha de Cotijuba), Escola do Bosque e Ecomuseu da Amazônia (Ilha de Caratateua) e, por fim, Escola Benvinda de França Messias. Para apresentar as coreografias do impossível, nos posicionamos em roda junto aos alunos.

Acompanhados do som do pandeiro e das palmas, cantamos:

Menina, quando tu fores
Me escreva pelo caminho
Se não achares papel
Nas asas do passarinho   

[…]

Versos que nos levam à infância, como nos instiga a proposta pluricultural de dança-arte-educação de Inaicyra Falcão e o texto “uma paisagem habitada pelas infâncias do corpo”, do professor e performer Anderson Feliciano, o último evocado na sequência do aquecimento em roda: 

Era uma vez um passarinho pequenininho
O tal do passarinho pequenininho se chamava Tempo
O Tempo vivia voando só
Sozinho brincava de mergulhar no rio e no mar
[…]

Assim, confluímos, segundo Nêgo Bispo:

confluência é a energia que está nos movendo para o compartilhamento, para o reconhecimento, para o respeito. Um rio não deixa de ser um rio porque conflui com outro rio, ao contrário, ele passa a ser ele mesmo e outros rios, ele se fortalece. Quando a gente confluencia, a gente não deixa de ser a gente – a gente rende. A confluência é uma força que rende, que aumenta, que amplia.1 

Ou seja, promovemos o acesso à arte contemporânea e, ao mesmo tempo, nos fortalecemos ao adentrar em territórios, rios, escolas. Propomos por meio da oficina tocar palmas, cantar, dançar, desenhar. Voltamos para São Paulo com o material com o qual a animação foi criada. Além de uma série de vivências e indagações que contribuem para uma educação onde “a natureza é a medida de todas as coisas”2, como tantas vezes nos lembrou Rosana Paulino.

    • Citação de Nego Bispo em a terra dá, a terra quer, p. 15, 2023, editora ubu.
    • Citação de nós não temos um drama, temos uma luta para tocar: conversa entre rosana paulino e sueli carneiro, em meu modo de pensar é um pensar coletivo/ antes de estar em mim já esteve nelas: publicação educativa da 35ª Bienal de São Paulo: coreografias do impossível, p. 28, 2023.